A Mulher que Reage com Intensidade
Entre julgamentos e a coragem de ser verdadeira
Ela não é fácil. Também não é difícil. É apenas intensa.
Num mundo onde as vontades femininas ainda são vigiadas sob lentes morais e machistas, existe uma mulher que, ao se permitir sentir, é rotulada. Atirada, carente, exagerada. Mas ninguém vê que, por trás de cada impulso e escolha, existe uma alma inteira tentando viver sua verdade — não a que esperam dela, mas a que pulsa em seu peito com a força de mil silêncios acumulados.
Ela é aquela que muitos confundem com fragilidade, quando, na verdade, vive em permanente estado de coragem. Coragem de desejar, de buscar, de se permitir. Ela não esconde suas vontades, não apaga sua luz para caber em rótulos. E talvez por isso assuste. Talvez por isso incomode.
Não, ela não está desesperada por amor. Ela apenas não teme a entrega. Não teme dizer o que sente, ou se permitir viver o que deseja. Essa mulher sabe que não é em cada encontro que se encontra um amor, mas isso não a impede de tentar. Sua esperança não é sinônimo de carência — é a prova de que ainda há fé em sentimentos verdadeiros, mesmo depois de tantos nãos, tantos quase, tantos jogos.
Ela é sábia porque aprendeu com a dor. Corajosa, porque ainda caminha mesmo depois de tantas quedas. Já amou intensamente, e também foi destruída por amores que não souberam reconhecer a beleza da sua entrega. Já foi doce, calma, compreensiva — até que entendeu que, para sobreviver nesse mundo que tantas vezes tenta moldá-la, ela precisava parar de pedir licença.
Hoje, ela extravasa. Não porque quer chamar atenção, mas porque se cansou de se esconder. Não porque perdeu o amor próprio, mas porque finalmente o encontrou. Ela age com intensidade, sim, e se isso a torna uma mulher "difícil de entender", ela aceita. Antes isso do que ser facilmente esquecida.
O que ela quer? Apenas o direito de ser verdadeira. De sentir sem ser julgada. De amar sem se diminuir. De existir inteira, mesmo quando o mundo quer metades mais comportadas e previsíveis.
Essa mulher existe — e talvez você a tenha julgado. Ou talvez você seja ela.
E se for, saiba: sua intensidade não é problema. É força. Sua entrega não é fraqueza. É revolução. E a sua forma de amar, mesmo quando parece desmedida, é a prova de que há beleza no caos que você carrega no peito.
Porque no fim das contas, o que ela quer nunca foi demais: apenas ser amada por quem não teme a sua verdade.
— Morenizia

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